terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lançamento do livro Toque de Letra

Ontem lançamos o livro Toque de Letra de Paulo César Carvalho. O encontro na Livraria da Vila foi muito alegre. Muita gente bonita. Numa noite de segunda feira fiquei a apreciar o encontro dos meus amigos e dos amigos do Carvalho e da Marina. Coisa mais maravilhosa é quando gentes se juntam ao redor de um punhado de poesias. A mágica de um lançamento de um livro é poder congregar pessoas queridas entorno de um livro, de uma idéia, de um sonho. Pois afinal escrever e produzir um livro é um ofício que ainda requer ousadia. Sei que as vezes é amedrontador ou desanimador quando entramos numa livraria e vemos tantos títulos. Aquele que escreve se amedronda, fica acanhado achando que tudo aquilo que ele queria ou quer dizer já foi dito. Ser mais um no meio daquelas prateleiras, "será que meus escritos trarão algo novo..." O editor também fica um tanto desacossoado, quase desanima, pricipalmente um pequeno editor. "Meu Deus a concorrencia é muita! Só a livraria vai levar 50% do preço de capa, o gargalo das distribuidoras que vão comer mais um tiquinho, como fazer propaganda do livro que deu tanto trabalho para ser produzido???"
Lemos as últimas pesquisas e estas dizem que o brasileiro ler pouquíssimo, talvez um livro e meio ao ano. Tanto o escritor como o editor quase chegam ao beira de um ataque de depressão diante de tais notícias...Porém, o livro fica pronto. Depois de tantos percalços, medos, noites insones o livro é entregue. Aquele cheirinho de livro novo. Nos apaixonamos pela capa, alisamos as folhas virgens de olhares outros quase de modo erótico. Tateamos o livro como se ele fosse nos segredar algum mistério. Nos enchemos de coragem e vamos para o lançamento. Será que os amigos virão? Aqueles para quem eu dediquei o livro ficaram satisfeitos? Uma mistura de orgulho, satisfação e um medo do caralho da crítica toma conta de tudo. No dia o coração bate outra batida. E assim como no teatro, onde toda noite de apresentação daquela peça que está a um ano em cartaz é para o ator uma primeira noite, o dia do lançamento, não importa se do primeiro livro ou do décimo faz o cabra tremer nas bases. Se é um editor solidário e que aposta no autor ele também treme e se alegra quando a casa enche, os amigos chegam e podemos ver o autor entre o acanhamento e a alegria mais besta de menino se entregar aos autógrafos. É bem verdade que já vi cessões de autógrafos extremamente chatas, onde o autor fazia aquilo quase como uma obrigação insuportável e puto por você está ali comprando um livro dele e ainda pedindo um mísero autógrafo. Alguns beirava a deselegância. Assim como tinha os que buscavam o autógrafo e achava aquela rabugisse o máximo, um certo masoquísmo. Tenho gosto pra isso não. Gosto do autor entregue ao seu público.
Assim como foi a noite de ontem. Foi bonita alegre, cheia de energia. O autor se derramando em agradecimentos, álacre. E como já disse nas palavras de editor no livro Toque de Letra, fiquei muito feliz de poder botar mais poesias num mundo que está tão árido, mercantilista e deselegante. Parabens para o Carvalho o poeta e Marina que ajudou na produção desse novo rebento da Nhambiquara